Em entrevista a revista ÉPOCA de sua casa no Arizona, Stephenie Meyer conta que se baseia em pessoas reais para criar personagens proscritos e assustadores.
ÉPOCA – Como você construiu o enredo de A hospedeira? É uma espécie de quadrado amoroso, não?
Stephenie Meyer - Isso, eu pensei em um triângulo amoroso excêntrico. Esse tipo de situação faz parte da vida cotidiana, a gente sempre se defronta com a dúvida, o ciúme e o desejo. É o assunto mais batido da literatura. Então pensei em lhe dar um pouco de frescor. Como seria a relção entre dois homens e uma mulher cujo corpo está habitado por duas almas femininas? Esse ângulo deu o gatilho para sair inventando.
ÉPOCA - A situação de Peregrina/Melanie se relacionar ao mesmo tempo com dois homens, com a complacência deles, é inusitada. Como você lidou com o erotismo na trama?
Stephenie - Eu imaginei um mundo em que as convenções cairam, até porque a humanida vive em uma espécie de fim de mundo, próxima ao estado de bárbarie. Viver o amor com intensidade, dando ao corpo o direito ao prazer, é algo difícil de alcançar quando tudo é permitido. E, na verdade, o que meu livro revela é o amor profundo entre quatro almas.
ÉPOCA - A certa altura, o leitor pode pensar em uma solução de convivência a três, como no filme Jules e Jim, de François Truffaut. Você chegou a cogitar esse arranjo?
Stephenie - Seria um desdobramento interessante (risos), mas levaria a história para outro caminho. Quis mostrar a força do amor apesar das barreiras, como relacionar-se com alienígenas ou conviver com duas almas em um só corpo.
ÉPOCA - Formar-se em literatura ajudou você a decidir ser escritora?
Stephenie -Não. O que me formou mesmo foi ter lido muito desde pequena. Até hoje leio três ou quatro livros por semana! Isso faz a diferença.
ÉPOCA – Nada de terror?
Stephenie – Jamais me interessei por vampiros. Só fui ler Drácula, de Bram Stoker, depois de ter sonhado com um vampiro, fato que originou a saga.
ÉPOCA – O Brasil aparece duas vezes na “saga”: em Lua Nova, Edward some e vai para o Brasil, e em Amanhecer, quando ele e Bella se acasalam no mar de Angra dos Reis. Por que você escolheu o Brasil?
Stephenie – O Brasil é contribuição de minha cunhada Libby, casada com meu irmão. Ela morou por um tempo no Brasil em uma missão da igreja e sempre falou maravilhas do país. Peguei um monte de informações dela. O Brasil, para mim, é uma espécie de lugar paradisíaco. (Palavras de Eddie: fiquei todo arrepiado!)
ÉPOCA – Seu enorme fã-clube brasileiro quer saber quando você vem.
Stephenie –Fui convidada várias vezes, mas não tive tempo. Há quatro anos só trabalho. Escrevi cinco livros e agora estou envolvida nos filmes e escrevendo um novo livro. Quem sabe eu apareça quando filmarmos Amanhecer? Aí quero conhecer o pedaço paradisíaco do Brasil.
ÉPOCA - Qual a poção do sucesso?
Stephenie -Você sabe que não existe, não é mesmo? O que eu fiz (e pode não funcionar para outros) foi seguir o caminho passo a passo, com tranquilidade. No começo, passei de editora em editora e ninguém aceitou publicar meu livro (Crepúsculo). Banquei a primeira edição, as pessoas leram, gostaram e o boca a boca chegou aos ouvidos de uma grande editora. E veio o cinema. Tive muita sorte.
Mas e você, o que acha de Stephenie e seus livros? Será que realmente não existe a “poção do sucesso”? E o Brasil, é realmente merecedor de ser o palco de um dos momentos mais esperados da história: a Lua de Mel de Bella e Edward? Comente!
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