O livro On the Road, de Jack Kerouac, é um tributo à liberdade da juventude embalado a sexo e drogas que marcou toda uma geração. A tarefa de levar a história ao cinema coube ao cineasta brasileiro Walter Salles, que na tarde desta segunda-feira (2/7) se reuniu com a imprensa ao lado da atriz Alice Braga para falar sobre Na Estrada, que estreia no país dia 13 de julho.
Fã do On the Road, publicado em 1957, Salles revelou que leu o livro quando tinha por volta de 18 anos e se tornou fã da obra. “Eu estudei e pesquisei muito, porque adorar o livro não é passaporte suficiente para fazer uma adaptação”, disse o cineasta, que revelou ter passado pela mesma situação quando dirigiu Diários de Motocicleta. “Eu já tinha vivido isso em Diários. Como vocês sabem, eu não sou argentino nem cubano. Por isso, pesquisei e viajei muito antes de fazer o filme. Agora foi a mesma coisa”
O projeto Na Estrada teve início em 2005, quando Salles começou a fazer a escalação do elenco e chamou a então desconhecida Kristen Stewart para o papel da jovem Marylou. “Foi o Gustavo Santaolalla [músico e compositor argentino] quem me sugeriu ela. Mas eu não a conhecia. Então fui ver o filme do Sean Penn que ela tinha feito (Na Natureza Selvagem) e fiquei bastante impressionado”, contou. “Ela tinha 16 anos quando a convidei para para fazer o filme e, mesmo assim, se manteve fiel ao projeto, que só foi rodado cinco anos depois.”
Com produção impecável e ótimas interpretações, Na Estrada retrata personagens icônicos como Sal Paradise, alter ego de Kerouac. Salles foi escolhido para o trabalho por Frances Ford Coppola, detentor dos direitos de adaptação do livro, após seu trabalho em Diários de Motocicleta, filme de estrada para o qual também buscou muita inspiração em On the Road.
Para transformar On the Road em longa, o diretor de Central do Brasil refez duas vezes o trajeto percorrido pelos protagonistas Sal Paradise (Sam Riley) e Dean Moriarty (Garrett Hedlund) e, no processo, rodou um documentário, entrevistando diversas personagens ligados à “geração beat” (termo cunhado pelo autor do livro), como Diane di Prima e Eduardo Bueno.“Reencontrei pessoas que viveram essa época e pessoas influenciadas pelos livro, como Wim Wenders. Foi incrível. Conheci pessoas de 80 anos ainda jovens. É um documentário sobre tornar um filme possível”, definiu.
Além de Kristen Stewart e dos desconhecidos do grande público Garrett Hedlund e Sam Riley nos papéis principais, o longa conta ainda com a atuação da brasileira Alice Braga, em breve participação como uma catadora de algodão que vive um romance com Sal. “Dirigir a Alice era algo que queria fazer há muito tempo. E ela conduziu o papel de uma maneira muito luminosa. Ninguém teria feito tão bem quanto ela”, elogiou o diretor
Alice revelou que quase chorou ao ser convidada integrar o elenco. “Walter sempre foi uma referência. Sempre foi um sonho trabalhar com ele. É alguém que faz diferença no nosso cinema. Quando ele me mandou e-mail, quase comecei a chorar. Eu sabia que era um projeto importante”.
Com apenas 29 anos, Kerouac escreveu o livro em três semanas em abril de 1951, datilografando de maneira contínua em 36 metros de papel contínuos colado por ele. A versão cinematográfica da obra de Kerouac chega às telas brasileiras no dia no dia 13 de julho depois de levar mais de 500 mil espectadores aos cinemas na França, Holanda e Bélgica. Viggo Mortensen, Kirsten Dunst, Amy Adams e Elisabeth Moss completam o elenco.
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