Robert
Pattison, David Cronenberg e Paulo Branco acabaram de chegar de Cannes,
foram ao CCB apresentar “Cosmópolis”, que estreia amanhã (em Portugal).
Para Rita Caixinha e Elisabete Cardoso, ontem o dia começou cedo. Pelas
nove da manhã as duas amigas já estavam de pano estendido no chão e
sentadas na entrada do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Rita veio do
Estoril, uma viagem curta, apenas teve de apanhar o ônibus na linha de
Cascais. Mas Elisabete mostrou uma dedicação mais viva, ao viajar a
partir de Beja ao encontro de sua amiga. Os vários quilômetros de
distância formam uma amizade ao primeiro instante inesperada, mas o que
as une não tem fronteiras nem ideologias, é o “o homem mais bonito do
mundo, Robert Pattinson!”, com exclamação, pois, depois de estar duas
horas em completa ansiedade, a chegada da estrela principal do novo
filme de David Cronenberg “Cosmópolis” estava quase para acontecer.
Às 11 horas e pouco, o ator ainda não tinha chegado, mas Rita e
Elisabete, depois de várias horas em tensão, tiveram de fazer uma rápida
escapadela: “Tivemos de ir num instante ao banheiro. E quando estávamos
saindo vimos de relance que estavam chegando três carros, fomos
correndo e a sair do carro estava o Robert!” A dedicação ao ator é
transversal a qualquer filme. Dizem-nos “somos fãs da saga do
Crepúsculo, mas o que gostamos mesmo é dele”, explica Rita. A união do
realizador David Cronenberg com o ator que deu corpo ao vampiro pálido
não é imediata. Ou como nos dizem as fãs, “não estava nada à espera, foi
uma grande revelação”. As duas amigas iriam esperar até a pré-estréia
do filme marcada para as oito horas: “Vamos tentar vê-lo outra vez”,
dizem-nos triunfantes, como quem viu a Medusa e sobreviveu.
Apesar da atração ser o jovem Pattinson, a conferência de imprensa foi
convocada para falar exclusivamente sobre o filme. “Cosmópolis” é um
regresso de Cronenberg ao campo da ficção científica, onde num futuro
próximo o bilionário Eric Parker atravessa Manhattan na sua limusine.
Tal como Ulisses ao tentar regressar a casa, Eric vai sendo interpelado
por diferentes personagens, susceptível a atividades tão díspares como
um exame de próstata ou sessões sexuais. Cronenberg e Pattinson chegam à
conferência acompanhados de Paulo Branco. Foi o produtor português que
adquiriu os direitos do livro “Cosmópolis” de Don DeLillo e escolheu o
realizador, apesar de Cronenberg dizer a brincar que “ele pensava que eu
era o David Lynch”. Depois de ler o livro em sua casa, “passados três
dias já tinha traduzido para argumento todo o diálogo”, explica o
realizador. Com um financiamento de 15 milhões de euros faltava o ator
principal, a blogosfera indicava Colin Farrell, mas o realizador
escolheu Pattinson: “Escolhi-o porque ele era muito barato e fácil de
obter (ri-se), mas na realidade quando se faz o casting começa-se sempre
pelo mais básico, não é nada de muito misterioso.”
O jovem ator não estava confiante desta decisão, “tive sempre medo de
ser deixado de fora na fase de produção”, dizendo ainda que “estava
muito assustado, mas depois fui ao Rotten Tomatoes e tinha uma pontuação
tipo 98 % e pensei ‘este filme só pode ser fantástico’”. Se para
Cronenberg o desafio foi filmar quase todas as cenas na limusina, para
Pattinson o mais complicado de lidar foi a linguagem estilizada de Don
DeLillo. Em resposta ao i, o ator londrino indicou que “na minha
experiência os argumentos não costumam ser a melhor parte”, no caso de
“Cosmópolis” explica que “à primeira vez não consegui compreender
exatamente do que tratava, depois vi o Don DeLillo a recitá-lo e parecia
tudo mais compreensível”.
No fim da conferência os entrevistados retiram-se rapidamente, fugindo
aos focos de luz das câmaras. Indiferentes aos diálogos estilizados e
limusines metafísicas estavam as fãs de Pattinson, que se aglomeravam à
saída, esperando um autógrafo ou uma simples troca de olhares. As duas
amigas, Rita e Elisabete, afirmavam não poder falar mais, estava quase
na hora do verdadeiro filme.
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