Le Figaro: Qual é a sensação de estar em Cannes?
Rob: É uma loucura. Eu estava na exibição de On the Road na noite antes de ontem. Foi intenso. Em cada cena, eu me sentia aterrorizado, encantado,
cativado. On the Road e Cosmópolis são meio semelhantes de alguma
maneira eles falam sobre uma jornada. São filmes de estrada. De certa forma, eles falam sobre a mesma coisa, sobre liberdade, essa tentativa desesperada de ver algo diferente do que a triste realidade do dia a dia.
LF: Você e Kristen Stewart, ambos atores da saga Crepúsculo, estão em
competição em Cannes. É que um jogo, uma coincidência ou um desafio?
Rob: Eu não penso nisso como um desafio. Eu admito que isso é realmente estranho. No ano que termina Crepúsculo, Kristen e eu acabamos em Cannes... Para mim, Cannes é a competição mais
importante do mundo. Quando eu era criança, antes mesmo que eu soubesse que queria ser ator, gostava de alugar filmes com o logotipo da Palme nele para impressionar os meus amigos. Como ator, você sonha que um dia todos os seus filmes poderiam ter esse
logo nas capas do DVD. Meu objetivo secreto era um dia ser convidado para o Festival. Eu pensei que poderia acontecer em 10 anos e aconteceu agora! Eu acho que o telefonema que recebi quando me disseram que Cosmopolis foi selecionado para a
competição oficial, foi um dos momentos mais felizes da minha vida.
LF: O que o empurrou para fazer este filme?
Rob: O script. Eu o li em meia hora. Foi perfeito. A única coisa que me aterrorizava era o medo de que eu poderia estragar tudo. O que me ajudou a decidir também foi a conversa que tive com David Cronenberg. Perguntei a ele porque ele me escolheu e ele respondeu: "Eu não sei!". Então, perguntei-lhe se ele não entendia nada sobre o roteiro e ele simplesmente me disse que não, mas que não era importante. Eu hesitei por uma semana, depois eu liguei de volta uma noite, quase em lágrimas: 'Eu quero fazer isso, o mais rapidamente possível'.
LF: Quem é Eric Paker?
Rob: Ele é um cara que fez de tudo para ser vazio. Muitas pessoas acham que ele é niilista. Pelo contrário, acho que ele paira sobre o menor sinal de esperança. Mas toda vez, ele é desapontado.
LF: Como foram as filmagens?
Rob: David Cronenberg fez tudo que podia para me perturbar. Eric Packer deslizou pelos meus dedos como uma enguia. David sempre me disse: 'Se você entende alguma coisa do que estamos fazendo, acabou!'. Então, eu me joguei no meu papel como uma melodia de uma canção. Eu não entendia as letras, mas eu senti como se estivesse em sintonia com ele. Após uma semana de aclimatação, muitas vezes filmamos cenas em uma tomada. Mesmo a cena de 15 minutos com Paul Giamatti foi feito em um take! No final, este é o filme que me deu mais confiança.
LF: Será que Cannes seria como uma rampa de lançamento para você depois de Crepúsculo?
Rob: As pessoas não assistem Crepúsculo pelo o que os filmes são, mas mais por ser um fenômeno mundial. Edward Cullen é como um super-herói. Um super-herói que não faz nada, mas é super. Em Cosmópolis, vou finalmente ser julgado pelo o meu desempenho. É por isso que eu estou com medo!
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