sexta-feira, 11 de maio de 2012

Entrevista de David Cronenberg para Revista Premiere



Premiere: O que fez você voltar a Cannes com Cosmópolis?
David Cronenberg: O festival e eu temos uma longa história. De certo modo tenho a sensação de voltar para casa. Penso que é um filme ideal para Cannes e estou animado com a ideia de ter Rob.
P: Hoje é impossível imaginar outro neste papel. No entanto, você havia oferecido anteriormente a Colin Farrel…
DC: Quando Colin deixou o projeto para filmar o remake de Total Recall me reafirmei em absolutamente tudo. De todas as formas ele era o melhor para o papel: tem 35 anos e eu queria ser fiel ao livro, era preciso contar com alguém de 25 anos. Então comecei a ler revista de todos os atores com essa idade e assim foi como pensei em Rob. Havia assistido-o em Crepúsculo, naturalmente, mas nada do que havia feito até esse momento o predisponha realmente para atuar em Cosmópolis. Salvo escolhesse um ator pelo potencial que se percebe-se nele, não por seu curriculum vitae. E quanto mais eu pensava, mais me seduzia com a ideia.
P: O fez passar por uma audição?
DC: Não. Mas falamos muito pelo telefone. Rob não é dessas pessoas com um ego exagerado. Tinha muita vontade de fazer o filme, mas se perguntava seriamente se seria capaz. Era sua única preocupação. Me disse: “Acha realmente que sou bom o bastante para interpretar este papel. Temo arruinar teu filme”. O respondi que a conversa não tinha outra intenção de convencê-lo que seria perfeito para Cosmópolis. (Risos). Não todavia não. Eu já vi um ano e meio.
P: A Saga fez dele uma estrela, mas também há criado uma situação absurda: pessoas que não o viram atuar decretaram que ele é um ídolo para adolescentes, carente de talento.
DC: Isto é o reflexo do mundo em que vivemos hoje, onde a internet, entrew outras coisas, favorece essa classe de julgamentos apressados e perigosos. Eu os ignoro e trato de ver mais além. A janela que os fãs de Rob aguardam no momento em que ele demonstrará a todo mundo que é capaz de existir mais além de Crepúsculo. E se eles vão ir assistir Cosmópolis, não me preocuá o futuro do filme.
P: Como foi a reação dos outros atores quando você anunciou que Robert Pattinson teria o papel principal?
DC: Paul Giamatti, que foi um dos primeiros atores a unir-se ao elecon, achou a ideia brilhante. Não estou seguro de que Juçiette Binoche pesou a popularidade de Rob quando assinou para o filme, mas ninguém deles expressou dúvidas ou menosprezo. Ninguém me disse: O que te levou a contratar o garoto de Crepúsculo. Melhor foi o contrário. De fato, me surpreendi ao ver Juliette e Rob em uma conversa muito profunda sobre o cinema francês. Se entenderam muito bem.
P: Você tem em mente alguma cena na que ele há impressionado, em particular?
DC:No final da filmagem, estava tão dentro do seu papel que só fazia uma ou duas tomadas por cena. E ele me surpreendia cada vez mais pelo modo em que conseguia assegurar todas as emoções que estavam em jogo. Estava totalmente impregnado da solidão e da dor do personagem. Havíamos filmado o filme mais ou menos em ordem cronológica, a cena final foi a que rodamos por último. E só tive necessidade de fazer uma tomada de tão perfeitos que estavam Rob e Paul. Quando disse “corta” todos os membros da equipe se olharam estupefatos pelo que acabava de acontecer.
P: Vendo Robert Pattinson no seu filme, se pensa logo em Johnny Depp e Brad Pitt, que eram ídolos para adolescentes antes de poder mostrar o que verdadeiramente possuíam dirigidos por Tim Burton ou David Fincher…
DC: Alguns atores se converteram em estrelas graças a sua cara bonita e a um carisma que ultrapassa a tela. A princípio, raramente lhes oferecem a oportunidade de demonstrar algo mais que isso. Mas acontece que não só tem isso para mostrar… com Cosmópolisestava orgulhoso de oferecer a Rob a oportunidade de provar a capacidade do seu talento. Se ele se desenvolveu bem, o vejo fazer sem problemas uma carreira comparável a de Johnny Deep ou Brad Pitt. Até melhor.

M.C
Fonte | Via e tradução

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