"Não" – Eu segurei seus braços para que ele não pudesse desfazer o abraço – "Fica mais um pouco"
_PDV BELLA_
Eu nem percebi que havia caído no sono até que senti Edward me acordar.
"Bella..." – Ele me chamava baixinho com sua voz tão linda, que por um segundo eu achei que estava sonhando com um anjo. Eu abri meus olhos devagar, e encontrei seu rosto perfeito, levemente iluminado pela luz que entrava pela janela – "Eu já vou indo. Você devia ir para a sua cama. Vai ficar toda dolorida dormindo no chão"
Eu só fiquei olhando para ele, saboreando a beleza daquele rosto. A luz batia delicadamente em sua pele, ressaltando cada um dos seus traços perfeitos.
"Bella? Você me ouviu?" – Ele sussurrou, tocando meu rosto. Eu fechei os olhos ao sentir o toque de sua mão e mordi o lábio. Balancei a cabeça o bastante apenas para que ele entendesse que eu havia ouvido – "Você devia ir para cama"
Eu suspirei profundamente me dando conta que ele estava indo embora. Eu não queria que ele fosse embora, mas isso tudo era tão novo para mim. Eu havia fugido por tanto tempo que eu nem sabia como fazer quando não queria fugir. Mais que isso: De todos os outros eu simplesmente fugia. Não era difícil. Eu nem notava quando fazia. Mas com Edward... Dele eu não queria fugir. Eu queria estar com ele.
"Vem, eu vou te levar" – Eu percebi que Edward estava me pegando no colo e passei meus braços por seu pescoço, olhando para ele. Eu sorri e apoiei a cabeça em seu ombro forte. Eu só podia estar sonhando – Realidade nenhuma podia ser tão boa assim. Eu queria ficar em seus braços por muito tempo, mas pareceu que ele não levou mais que um segundo para chegar ao meu quarto e me deitar na cama.
Ele depositou um beijo demorado na minha testa e então afastou seu corpo do meu, me deixando gelada com a falta de seu calor. Ele deve ter percebido quando eu me encolhi, porque logo eu senti o edredom macio sendo colocado sobre mim.
Aquela noite meu sonho foi agitado. Eu não sabia muito bem se estava sonhando, ou se as coisas realmente estavam acontecendo. Foi uma longa e estranha noite até que o despertador me acordou. Eu acordei meio confusa e me arrastei até o chuveiro. Coloquei o roupão e ia para a cozinha quando notei que tinha uma pessoa dormindo no meu sofá. Eu andei até conseguir enxergar seu rosto. Era Edward. Mas porque é que ele estava dormindo ali?
"Edward?" – Eu toquei seu braço, tentando não assustá-lo, mas ele parecia estar em um sono muito profundo, então eu falei um pouco mais alto – "Edward?"
Ele abriu os olhos, um pouco desorientado.
"O que você está fazendo no meu sofá?"
"Oh, desculpe..." – Ele sentou no sofá – "É que... Eu realmente ia embora, mas eu teria que deixar sua porta aberta, ou levar a sua chave... Então, eu não sabia o que fazer e... eu acabei achando melhor ficar aqui"
Ele estava com uma carinha tão sofrida. Parecia até que ele esperava que eu ficasse brava. Na verdade, eu devia mesmo ficar brava. Como é que ele decide dormir na minha casa e prefere ficar no sofá?
"Você vai passar o dia todo dolorido" – Eu tentei fazer parecer uma bronca – "Você podia pelo menos ter deitado lá na cama"
"Eu não queria te constranger..." – Ele desviou os olhos dos meus – "Que horas são?"
"Sete" – Eu também não olhava para ele. Estava um clima um pouco estranho, já que, ao que parecia, eu tinha acabado de oferecer a minha cama para ele, e ele preferiu mudar de assunto.
"Eu preciso ir" – Ele disse num suspiro.
Ele levantou, indo em direção à porta, e eu o segui. Ele mesmo abriu e saiu do apartamento. Eu fiquei olhando suas costas, sem entender o que realmente estava acontecendo.
"Edward, o que está acontecendo aqui?" – Eu não podia deixar ele ir embora assim.
"Nada" – Ele parecia tão envergonhado – "Eu só não queria ter invadido sua privacidade assim" – Então era isso. Ele realmente achava que eu estava brava por ele ter dormido no meu sofá. Se eu fosse capaz de ficar brava com ele, eu estaria brava por ele ter dormido APENAS no meu sofá.
"Não seja bobo, Edward. Foi muito fofo da sua parte ter ficado"
"Você não está brava?" – Ele me olhava com aqueles olhinhos de criança tentando ser boazinha.
"Claro que não" – Eu sorri e ele sorriu de volta.
"Eu preciso mesmo ir" – Ele fez uma carinha sofredora – "A gente pode se ver hoje à noite?"
"Espero que sim"
Ele sorriu, lindo como sempre, e veio em minha direção, me dando um beijo bem leve nos lábios.
"Tenha um bom dia"
"Você também"
Ele entrou no apartamento dele e eu no meu. Comecei a preparar meu café e fui escolher uma roupa. Meu humor estava um pouco melhor do que o normal, e eu me peguei decidindo por um vestidinho estampado – presente de Alice, é claro – que eu provavelmente nunca havia usado antes.
Eu escutei uma porta bater e imaginei que era Edward. Ele devia mesmo estar atrasado! Percebi que eu não fazia idéia do horário em que ele saía normalmente, o que devia querer dizer que não era nos mesmos horários que eu.
O dia de trabalho foi bem cheio, mas isso não evitou que eu me pegasse pensando em Edward várias vezes. Quando o fim do expediente se aproximou, eu comecei a me sentir um pouco ansiosa... Na verdade, eu estava muito ansiosa – parecia até que algumas borboletas estavam fazendo uma revoada dentro do meu estômago. Eu não via a hora que o relógio decretasse minha liberdade.
Mal os ponteiros marcaram seis horas, eu já estava quase correndo em direção ao elevador. Apertei o botão tão forte que nem sei como ele não afundou. Quando o elevador finalmente chegou e a porta abriu, eu praticamente pulei para dentro dele, sem nem notar as pessoas que estavam lá dentro. Eu não conseguia entender o motivo de estar tão nervosa. Meu coração estava completamente disparado.
"Oi, Bella" – Eu olhei para o lado e vi que era Ângela. Por ironia do destino, ou não, ela estava acompanhada por Victória, a prima de James – "Você melhorou? Eu não te encontrei mais depois daquele dia"
Victória me olhava de cima a baixo com cara de nojo. Eu tive vontade de voar no pescoço dela. Como ela ousava olhar assim para mim? O primo querido dela me agarra daquele jeito e ela me olha como se fosse culpa minha?
"Estou melhor sim, Ângela. Muito obrigada pela carona naquele dia. Eu realmente não estava em condições de dirigir. Eu... Eu havia passado por coisas horríveis no dia anterior e... Eu acabei tendo um ataque de pânico"
Victória riu ironicamente. Ah, eu vou quebrar a cara dela antes de chegar ao térreo!
"Ah sim... Eu ouvi falar..." – Ângela estava notavelmente desconfortável agora.
Graças a Deus o elevador chegou ao térreo. Assim que a porta abriu, eu pulei para fora ainda mais rápido do que eu havia entrado. Eu respirei fundo e segui em direção à porta.
Quando eu dei o primeiro passo para fora, eu percebi que alguém acenava do outro lado da rua. Eu me virei para encontrar Edward, ainda mais lindo do que eu conseguia me lembrar, encostado em seu carro, com aquele sorriso mais brilhante do mundo estampado na face. Ele disse 'oi', mexendo a boca sem soltar nenhum som.
Eu sorri para ele e atravessei a rua, indo direto para seu abraço. Ele me abraçou apertado e eu fechei os olhos, respirando fundo.
"Surpresa" – Ele sussurrou no meu ouvido. E eu apertei um pouco mais o abraço, sem deixá-lo se afastar de mim.
"A melhor de todas"
Edward me levou para jantar em um pequeno restaurante próximo do nosso prédio onde ele descobriu que eles serviam café 'de verdade'. Eu morri de rir quando ele me contou.
"E eu posso saber como foi que você descobriu isso?"
"Um colega do trabalho comentou" – Eu não sei por que eu não consegui acreditar nisso. Não era coincidência demais alguém simplesmente comentar com ele sobre um restaurante que ficava perto do nosso prédio e que ainda servia o meu tipo preferido de café? Eu não sei como foi que ele fez isso, mas eu adorava que ele tivesse feito!
O restaurante era bem agradável e a comida até surpreendeu, mas a sobremesa com certeza foi eleita a campeã da noite – tanto o mousse de chocolate que eu escolhi, quanto a torta alemã de Edward (que eu provei, é claro) estavam ótimas.
E então chegou o momento mais esperado da noite: o café. Na verdade, não estava ruim. Mas eu ainda preferia o meu.
"Hum... Sabe... Eu não sei muito bem o porquê, mas definitivamente não é tão mágico quanto o seu" – Edward sorriu para mim.
"Ora, vamos! Você está tentando me agradar"
"É, estou..." – Ele fez um biquinho – "Consegui?"
Eu ri abertamente. A presença de Edward me deixava tão leve.
"Conseguiu" – Eu dei mais um gole no café – "Mas o que é que você não consegue?"
Nós voltamos para casa e eu convidei Edward para entrar, mas ele disse que precisava terminar alguns relatórios para entregar no outro dia. Eu fiz um biquinho e ele riu, vindo me beijar. Foi um beijo de tirar o fôlego e eu acho que se ele não estivesse me segurando, eu teria caído de joelhos, sem forças.
Nós nos despedimos e eu aproveitei para ligar para Alice e pedir ajuda para escolher o que eu deveria usar na casa dos pais de Edward.
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